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Porto Velho, Rondônia, Brazil
Administrador, Mestre em Administação Pública pela EBAPE/FGV e Doutorando em Administração pela UFRGS. É Analista Judiciário do Tribunal de Justiça de Rondônia.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Prolegômenos

Caros amigos e amigas:


Sejam bem-vindos ao meu blog. Minha proposta ao construí-lo tem relação direta com a elaboração da minha tese de doutorado, ainda em fase de projeto. Seus comentários, críticas, refutações e argumentos são relevantes e oportunos, pois nos permitem propiciar novos esclarecimentos e abrem espaço para discussões relevantes sobre os aspectos que envolvem as diferenças e desigualdades de gênero nas organizações, à medida que nos incitam explorar aspectos subjetivos que merecem estudos mais aprofundados, abrindo espaço para analisarmos fatores mais complexos engendrados no contexto das relações de trabalho e que obstam a ascensão de mulheres a postos de comando nas organizações.
Assim, com o intento de proporcionar um exercício teórico salutar sobre uma temática (androginia)tão antiga e ao mesmo tempo contemporânea, achei de bom alvitre fazer algumas digressões referentes à minha pesquisa teórica para a tese de doutorado e compartilhar com pessoas estudiosas e interessadas ou não no tema, ao mesmo tempo em que as convido a participarem desta construção na qual a androginia e suas imbricações nos estudos organizações, assume uma centralidade nas minhas argumentações teóricas.
Nessa perspectiva, ao transpor a temática das relações de gênero e androginia para os estudos organizacionais, percebi que o cenário das organizações do trabalho em sua maioria são estereotipados como um espaço eminentemente masculino. Esta realidade tem aguçado o meu interesse como "recém-pesquisador" sobre a questão de como a minoria feminina que alcançou cargos de liderança a conduz e se percebe como líder e sobre as diferenças destas perspectivas com relação aos homens, o que me levou ao exame do controvertido tema a respeito da existência de diferenças de estilos de liderança entre os gêneros. Assim, a relevância das questões aqui levantadas e a busca de respostas no âmbito teórico me parecem pertinente e necessárias.
Em meus textos, buscarei ir além da mera explicação e constatação das desigualdades e assimetrias entre os sexos e, para isso, questiono as suas causas hipotéticas e adoto uma perspectiva crítica ao androcentrismo hegemônico - ou masculinidade hegemônica, como bem descreve Prestes Motta - que ainda exerce poder e dominação, instaura as desigualdades de gênero e obsta o desenvolvimento e ascensão das mulheres a posições-chave nas organizações.
Constato ainda que a questão da mulher no trabalho está cingida por complexidades formatadas a partir de construções e processos sócio-históricos que ao longo do tempo estabeleceram estereótipos e alimentaram a idéia de dominação dos homens sobre as mulheres, reforçando a submissão sexual, econômica e política destas sobre aqueles.
Por fim, argumento que a abordagem andrógina de liderança constitui-se como alternativa possível para o estabelecimento de relações de igualdade de condições e de oportunidade de ascensão, principalmente para as mulheres, a postos de destaque nas organizações.